Homilia para o XXX domingo de tempo ordinário, Dia Mundial das Missões
O dia mundial das missões é uma oportunidade para nós para refletir sobre o dom da fé que temos recibido, e sobre o que nós podemos fazer para que mais pessoas recebam este mesmo dom. Todos nós recebemos a fé graças à atividade de missionários no passado. Na segunda leitura de hoje, temos uma janela que abre sobre a vida da Igreja primitiva, quando o mundo inteiro foi terra de missão. Neste texto, São Paulo fala de como ele evangelizou os Tessalonicenses, e eles depois compartilharam o dom da fé com muitas outras pessoas. Os beneficiários da missão de São Paulo fizeram-se missionários para outras pessoas.
Assim tem sido sempre. A Irlanda foi evangelizado depois de grande parte de Europa continental, e depois a Irlanda enviou missionários de volta a Europa após a invasão de povos pagãos acelerou a decaida da fé no continente. Assim também hoje, lugares como América Latina, India e África, embora tendo regiões que ainda precisam de missionários, têm começado a enviar missionários de volta para Europa e os Estados Unidos.
O impulso missionário é um fruto natural do amor para Deus e para nossos irmãos e irmãs. O amor é o núcleo da fé e da vida cristã, como Cristo fala hoje no evangélio. Por amor, queremos dar ao nosso próximo o dom maior que temos, que é a fé em Deus e a salvação, paz e alegria que Cristo nos dá. O amor autêntico também exige que ajudemos os pobres materialmente. O amor cristão estende à pessoa toda, corpo e alma. Acho que a Igreja no Brasil entende isso de maneira especial, pois lá a pobreza é muito mais visível que não aqui nos Estados Unidos.
Todos nós somos chamados a participar de alguma maneira no labor missionário da Igreja. Vocês geralmente não estão numa posição para irem na missão da paróquia a Republica Dominicana, como o grupo que saiu daqui ontem. Mas contudo, vocês também podem ser missionários.
Por uma parte, temos hoje a segunda colecta para dar ajuda material às missões. Cada doação, por pequena que seja, pode ajudar. Por outra parte, vocês já estão num pais longe de suas casas, um pais onde se precisa de uma nova evangelização para lutar contra a secularização e o ateísmo. Vivendo sua fé com amor e convicção é uma maneira muito importante de evangelizar as pessoas ao seu redor.
De maneira particular, vocês podem ser missionários para os muitos brazileiros que moram aqui mas não vêm à missa os domingos. Vocês podem encorajá-los a vir à missa com vocês, e a viver uma vida de oração. Às vezes eles hesitam porque tem algum problema de tipo religiosa, legal, ou pessoal. É importante que saibam que não julgamos as pessoas por suas problemas; mas bem, queremos ajudá-los. E o primeiro passo para solucionar um problema qualquer é levá-lo diante de Deus e procurar viver perto de Deus pela oração pessoal e pelos sacramentos, especialmente a Missa e a Reconciliação.
Finalmente, todos podemos ser missionários, ainda sem sair de casa, por meio de nossas orações. São Teresa de Lisieux é padroeira das missões, e ela foi uma carmelita enclaustrada, que jamais saiu do convento. Ela foi missionária por suas orações e pelas cartas com as quais encorajava padres em terras de missão. Que ela nos ajude a cada um de nós a sermos missionários em nossa vida diária, com nossas orações, com nosso exemplo de viver a fé com alegria e convicção, e com o apoio que oferecemos aos pobres e indigentes e aos que dedicam tempo a serem missionários no exterior. Rezamos especialmente hoje pelos missionários de nossa paróquia que agora estão na Republica Dominicana, para que seu labor seja frutuoso e voltem a casa sãos e salvos.